sábado, setembro 24, 2005

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Meus irmãos por parte de vida estão amando. Que lindo. Perco um pouco deles. Mas fico feliz por estarem no caminho certo. Afinal não iremos nos casar com nossos amigos. Por enquanto prefiro os amigos, já que não acho a princesa para o meu castelo. Já que não acho não. Já achei. Ela que não me achou. Ou fingiu não achar.

Vou me poupando para quando ela me achar. Quando ela aceitar me achar, pois ela sabe muito bem quem sou. Vou guardando forças, melhorando alguns pensamentos. Trabalhando os ciúmes. Assim quando o dia chegar, estarei na melhor forma de namorado. E assim poderemos viver como um só. E quando isso acontecer, ficará mais fácil evoluir, trabalhar, viver.

Não repetirei nenhum erro já cometido. Inventarei novos erros. Pois ninguem é perfeito. E eu gosto de errar. O erro é o princípio de tudo. Ninguem que começa acertando termina acertando. A vantagem de começar errando é ficar mais feliz quando se acerta. Como se fosse uma evolução. Você melhorou. Se você começa acertando e com o tempo passa a errar terá a sensação de derrota maior. E ninguem gosta de perder. Por maior que seja a glória. Por maior que seja a guerra. Por melhor que seja a derrota.

Meu par ideal. Aquário. Piada. E quem acredita em horóscopo? Eu queria poder acreditar. Mas cada um cria o seu próprio horóscopo, assim como cria sua própria paixão por alguma coisa ou pessoa. Tudo invenção do cérebro humano. Assim quando as pessoas vêem o horóscopo, e tem ao lado o par que diz ser o ideal, ficam juntas por um bom tempo. E nesse tempo perdem o verdadeiro par ideal. Uma prova que horóscopo é sorte são minhas ex-namoradas. Ambas sagitário. Aquario que é bom nada. Acontece.

Coisas da vida. A graça da vida é essa. É um jogo no nível difícil. Pelo menos para os que sonham alto. E esses não estão errados. Tem mesmo que aproveitar. Sonhar é bom. É grátis.

Sempre que começo a procurar em outras pessoas o amor acredito que ele não existe mais. Não me imagino namorando novamente com qualquer pessoa. Com uma ou outra até tento imaginar, mas não sei se daria certo. E essa dúvida faz eu não tentar. Faz eu ficar sem ninguém. Resta-me lamentar.

Hoje só choveu. Não sei se algum milagre aconteceu. Acho que não. Mas que choveu, choveu. Odeio chuva. Só gosto quando é verão. Na volta da praia. Ai sim pode chover. Tirando isso odeio a chuva. Deveria chover no Norte. No Nordeste. Aonde precisam mais que nós. Chuva em Santos igual caos. Ninguem sai para a rua. Ninguem vai para a praia. Ou melhor. Quase ninguem. Para algumas coisas a chuva não é um impecilho. Mas que incomoda, incomoda.

E ir para a faculdade na chuva? A vontade de ficar em casa é muito maior que eu. Mas tem que ter pelo menos um pouquinho de responsabilidade. Então vamos mesmo a pé. Mesmo com chuva. Mesmo com sono. Não sei porque não arrumei a bicicleta ainda. Ela ajuda e muito.

Ouço o sinal. Fim de aula. Vou para casa comer e descansar. Vou andando. A caminhada é longa. Não gosto muito de andar. Prefiro pedalar. E a bicicleta lá em casa. Parada. Tem coisas na vida que não da para entender. O simples ato de consertar a bicicleta acabaria com as caminhadas noturnas. E essas caminhadas são um saco.

Vou cantando. Passa mais rápido. Vou pensando na vida. Falando sozinho. Sempre que me pego falando sozinho dá uma sensação de loucura. Será que sou louco? Ou é normal falar sozinho? Não sei, mas eu gosto. Falar sozinho é um treino para quando falar com alguem. Ou nada a ver? Não sei. Prefiro acreditar que estou ficando louco.

Dois pastéis de queijo e um suco de laranja. Por favor. Matei a fome no caminho. Obrigado. Com a barriga cheia retorno minha caminhada. A noite é longa. Está apenas começando.

Lar doce lar. A rua é minha segunda casa. Algumas vezes parece ser a primeira. Mas só parece. Sento na calçada. Jogos de carta. Jogos de azar. Uma boa hora para testar a sorte. Sento e começo a jogar. E vou jogando. Ganho a primeira partida. Sorte no jogo. Que bom. Continuo jogando. E o tempo passando. Ganho mais alguns jogos. Fico feliz. O jogo me deixa feliz. Sorte no jogo. Azar no amor. Odeio essa frase. Muitas vezes parece ser verdadeira. Os adversários perdem. E vão namorar. Se eu perder não tenho nada para fazer. Então tenho que jogar o melhor possível. E se um dia eu perder e tiver a chance de namorar acharei a derrota algo mais suave. "Parei de jogar para namorar... tudo bem". Enquanto isso não acontece dou o meu melhor nos jogos.

Perder cansa. Ganhar também. Vou para casa descansar. Ainda tenho que trabalhar algumas horas extras graças a folga do feriadão. A verdade é que trabalhar também cansa.